REFLEXOS DAS TRANSFORMAÇÕES NA DANÇA "QUADRILHA"- Por Mailson Felix*

            

 

 

 

 

 

 

 

“A “quadrille” surgiu em Paris, no século XVIII, como uma dança de salão composta por quatro casais. Era dançada pela elite europeia e veio para o Brasil durante o período da Regência (por volta de 1830), onde era febre no ambiente aristocrático(...)Ao longo do século XIX, a dança se popularizou no Brasil e se fundiu com manifestações brasileiras preexistentes” ( RAMOS, Bruna, 2013, Portal EBC)

No Brasil, sobretudo no nordeste, a mesma transformou-se em uma dança tipicamente caipira, com raízes na história dos reis do cangaço: Lampião (Vírgulino) e Maria bonita.

Com o passar do tempo, nota-se que as quadrilhas tiveram fortes transformações sobretudo nos passos e nas roupas. Passos como o do “TUNEL DO TEMPO, ONDA MARINHA, SERROTE, A GRANDE RODA, OLHA A COBRA, É MENTIRA, ANAVAN TUR...), sucumbiram da referida dança, sendo substituídos por uma coreografia mais “moderna”, com passos ordenados.  Os trajes da mesma, teve uma notória modificação, os mesmo que antes remetia ao “povo caipira” (calças remendas, vestidos de chita, camisas xadrez, chapéu de palha, dentes pintados, barbas desenhadas...) foram substituídos por roupas luxuosas, cheias de brilho, e as pinturas no rosto já não se faz.

Anteriormente havia a representação dos noivos como “comando da dança”, após a representação do “casamento caipira” (um momento de descontração, com um palavreado bem coloquial, cheio de erros mas muito engraçado) sendo estes atualmente substituído ou sucumbido em algumas, trazendo algumas apenas a representação dos reis do cangaço como “comando da dança”. A “RAINHA CAIPIRA”, atualmente em seus trajes de caipira pouco ou nada tem, a representação da “moça simples” do interior já não se nota.

A ideia de uma dança por diversão e conservação da cultura, também, em alguns lugares foi substituído por uma dança de competição, com ênfase nas quadrilhas “OS PENETRAS SHOW e “OS GARAPAS” em Bacabal, e as quadrilhas “MANDACARU” e “ASA BRANCA” em Codó. Que embora não seja declarada formalmente por seus integrantes e representantes uma “disputa formal”, é o que é notado em suas apresentações, nas falas de espectadores e de alguns brincantes.

 O homem produz e transforma seus costumes e atitudes com o passar do tempo, sendo esta uma característica própria dele. Assim como ocorreu com as quadrilhas, que ao longo do tempo vem sendo modificada por aqueles que a criou.

 

Fotos:

1. Mario Walisson, Teresina-PI, 1996;

2. Diogo Massaharu, Imperatriz-MA, 2000;

3. Rafaela Costa, Esperantinopolis-MA, 2001;

4. Raissa Lima, Bacabal-MA, 2000;

 

 

*Academico de Ciencias Humanas/Sociologia - UFMA- BACABAL-MA

 

 

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Novos Olhares

Primeiramente parabéns pela pesquisa companheiro, é muito importante que conheçamos nossas raízes para que possamos preservá-las, hoje em dia com a "adultização precoce" das crianças poucas são aquelas que tendem a participar de manifestações culturais ou em alguns casos como eu mesmo já presenciei de alguns pais que por seguirem uma certa doutrina religiosa não permitem que seus filhos(que em muitos casos querem participar) participem do cacuriá, bumba boi. Pois dizem que isso vai de encontro a sua crença, dessa forma a criança vai envelhecendo e a cultura morre junto com ela, também é necessário ressaltar alguns blogs como o {https://www.bigmae.com/brincadeiras-antigas-para-crianças/} que colocam a disposição do publico brincadeiras que hoje em dia não se ver mais, gostei bastante da sua matéria e espero que continue publicando coisas que possam edificar as novas gerações para que possam ter realmente novos olhares para a cultura.

Excelente trabalho

Você está de parabéns pela pesquisa, muito bom poder conhecer um pouco mais da cultura de vcs maranhenses .

Muito bom.

Muito interessante conhecer o surgimento dessa dança nordestina popularmente conhecida como quadrilha e saber como as transformações vêm ocorrendo. Parabéns Mailson!

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